terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Perspectivas


Tudo depende de como interpretamos as coisas que sucedem a nós e a outras pessoas, que não necessariamente terão o mesmo ponto de vista que o nosso. Somos um mundo de perspectivas diferentes, em que um acontecimento é nada para uma pessoa e tudo para outra (isso me fascina!). Pensando nisso e também em nossa realidade, fiz este poema que segue. Ah, claro, espero que gostem! =)


Perspectivas 

Isaura despertou-se esbaforida; 
Escutou um disparo longe. 
Voltou a roncar. 

Zé do Morro, coitado! 
Nem teve tempo de se levantar.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Eu Romântico

ro.man.ce sm. 1. Descrição mais ou menos longa das ações e sentimentos de personagens fictícios, numa transposição da vida para um plano artístico. 2. Descrição ou enredo exagerado ou fantasioso. (FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda: Miniaurélio Século XXI Escolar: O minidicionário da Língua Portuguesa)

ro.mân.ti.co adj. 1. Relativo a romance. 2. Romanesco. 3. Sonhador, devaneador, fantasioso. 4. Que segue o romantismo. - sm. 5. Indivíduo romântico. (FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda: Miniaurélio Século XXI Escolar: O minidicionário da Língua Portuguesa).

Ai, ai, nada melhor do que, às vezes, consultar o pai dos burros. Na verdade, acho essa alcunha de extremo mau gosto; o dicionário aumenta nosso vocabulário. Ops, fiz de novo, me desviei do assunto desta postagem. 
Pois bem, o que é o amor? O romance? Baudelaire define o amor como o gosto da prostituição, como uma tortura ou uma operação cirúrgica. Em partes, concordo com Baudalaire, mas não consigo não idealizar o amor ou o Amor como aqueles textos do Romantismo (todos perfeitinhos, exagerados e tudo mais). Sei que o Amor também precisa ser interpretado como amor e vice-versa, mas, ÀS VEZES, amor tem que ser Amor: 

Deixa-me

Deixa-me de ti beber, 
Apreciar-te a face,
Acalentar-te a alma,
Beijar-te a boca!

Deixa-me premer-te o corpo,
Morder-te toda,
Excitar-te louca,
Apertar-te a coxa,
Fruir-te n'alma!

Deixa-me pura e simplesmente a ti amar!



Trivialidade

Essa nossa vida moderna nos deixa loucos! Tem que fazer isso, fazer aquilo, comprar isso... E o tempo para o que realmente importa? Difícil essa questão, não? Mas, finalmente, depois de provas e mais provas, estresses e mais estresses, consegui arranjar um tempinho para postar e me alegrar (rs). Apesar de não ser o tempo de que gostaria, é o que posso fazer. :)
Pois bem, deixo aqui mais um dos meus poemas (estou sem tempo para escrever uma crônica e também prefiro os poemas). Espero que gostem! =)

Trivialidade

Nada tenho a escrever.
Deixarei apenas e somente a caneta correr
Para ver o algo que nascerá.

Escrever escrevendo o escrito,
Viver vivendo a vida:
Coisas triviais
E nada mais!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

poesia morta



Se escrever nem posso mais,
Quem serei? Quem serei? 
Não me importa! 
Sim, não me importa! 
A poesia já jazia há muito morta!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Serei Rei Naquela terra


Serei Rei naquela terra!
terra dos vivos e mortos desalmados,
Sujos, tortos, embriagados,
Dos mudos fatos alienados!
Serei Rei! Rei Serei!

Magros corpos execrados,
Pútridos colos renegados,
Parvos olhos endiabrados
Curvam-se perante o Rei,
Curvam-se perante o que Serei!

Tênues braços dilacerados,
Biltres passos peregrinados,
Chulos bichos empoleirados
Obedecem senão ao Rei,
Obedecem a quem Serei!

Serei Rei naquela terra
Se aqui nem plebeu sei
Que posso ser.
Serei Rei! Rei Serei!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Crônicas Vapt Vupt

Monstros?


— Mamãe, mamãe!!!

— O que foi, querida?

— Você pode ir lá em cima, no meu quarto, comigo?

— Claro! O que foi que aconteceu agora, Aninha?!

— Tá escutando esse barulho, mamãe?

— Sim, tô! Mas fica calma, que monstros não existem, Aninha! Eu já te disse isso!

— Monstros, mamãe? Eu sei que eles não existem! É que o meu namorado falou que iria me ligar à noite. E esse “vrum, vrum, vrum” é o meu celular vibrando. Tem como você pegar ele? Ele caiu atrás da cama e não to conseguindo pegar!


Vapt Vupt


Ziip! Ruum! Ruum!!!

— O que foi isso? O que foi isso?

— Deve ter sido o ano passando, Moraes!

— Não seja tão dramático, Peçanha! Acho que foi apenas um carro roubado e a polícia atrás!




domingo, 6 de janeiro de 2013

Os Três Sábios

Havia décadas, quiçá séculos ou milênios que três velhos sábios discutiam obstinadamente a Fórmula da Vida.

— Sim, sim!!! É isso! Basta somarmos isso aqui, multiplicarmos por aquilo, derivar e pronto: obteremos como resultado Vida!!! — manifestou-se esperançoso o sábio Número 1.

— Hum... Claro que não! — retrucou o sábio Número 2 — Essa sua resolução não é a correta. Veja, não faz sentido algum!

O terceiro sábio nada dizia, estava distante, absorto, olhando pela janela o movimento das folhas da amendoeira, que caiam lentamente, dançando com o vento.

O sábio Número 1 se irritou e desistiu por um instante de tentar resolver o problema, mas retornou rapidamente ao trabalho.

— Descobri! Descobri! Eureca! — gritou animado o sábio 2, porém, ao tentar obter a Fórmula da Vida, viu que estava errado. Pôs-se, portanto, a pensar novamente.

De súbito, o sábio Número 3 levantou-se e simplesmente deixou o aposento dizendo:

— Chega! Cansei! Vejo-os mais tarde, que preciso ir!

Passado algum tempo, talvez horas, semanas, anos, milênios, não se sabe ao certo, o terceiro sábio retornou ao mesmo aposento onde, num dia, discutia com os outros dois. Lá os encontrou, debatendo insistentemente sobre a Fórmula da Vida. Sem mais nem mesmo, pegou o giz da mão do colega e decifrou a fórmula.

— Mas como? Isso é impossível!!! — disseram os outros sábios em uníssono.

O sábio Número 3 apenas abriu um grande sorriso vivo e deixou as palavras saírem naturalmente de sua boca:

— Para entender algo profundamente, é preciso mais que o estudar ou o observar, é preciso vivê-lo profundamente. E foi isso que fiz: eu vivi e aprendi a viver!