Havia décadas, quiçá séculos ou milênios que três velhos sábios discutiam obstinadamente a Fórmula da Vida.
— Sim, sim!!! É isso! Basta somarmos isso aqui, multiplicarmos por aquilo, derivar e pronto: obteremos como resultado Vida!!! — manifestou-se esperançoso o sábio Número 1.
— Hum... Claro que não! — retrucou o sábio Número 2 — Essa sua resolução não é a correta. Veja, não faz sentido algum!
O terceiro sábio nada dizia, estava distante, absorto, olhando pela janela o movimento das folhas da amendoeira, que caiam lentamente, dançando com o vento.
O sábio Número 1 se irritou e desistiu por um instante de tentar resolver o problema, mas retornou rapidamente ao trabalho.
— Descobri! Descobri! Eureca! — gritou animado o sábio 2, porém, ao tentar obter a Fórmula da Vida, viu que estava errado. Pôs-se, portanto, a pensar novamente.
De súbito, o sábio Número 3 levantou-se e simplesmente deixou o aposento dizendo:
— Chega! Cansei! Vejo-os mais tarde, que preciso ir!
Passado algum tempo, talvez horas, semanas, anos, milênios, não se sabe ao certo, o terceiro sábio retornou ao mesmo aposento onde, num dia, discutia com os outros dois. Lá os encontrou, debatendo insistentemente sobre a Fórmula da Vida. Sem mais nem mesmo, pegou o giz da mão do colega e decifrou a fórmula.
— Mas como? Isso é impossível!!! — disseram os outros sábios em uníssono.
O sábio Número 3 apenas abriu um grande sorriso vivo e deixou as palavras saírem naturalmente de sua boca:
— Para entender algo profundamente, é preciso mais que o estudar ou o observar, é preciso vivê-lo profundamente. E foi isso que fiz: eu vivi e aprendi a viver!